COMO VENCER A DEPRESSÃO
Exposição do Salmo 42
Vou fazer uma pergunta óbvia, mas necessária, como uma introdução à mensagem desta hora: Você já se sentiu abandonado, esquecido? Você já experimentou uma grande angústia na vida? Já foi pisoteado por pessoas de sua amizade? Já sofreu na mão de outros? Já foi mal compreendido? Você tem inimigos que o prejudicaram? Então, você se parece com o autor do Salmo 42.
Vamos hoje estudar o Salmo 42, que contém uma mensagem especial para todos os cristãos. Vamos tratar do salmo dividindo-o desse modo:
I – O Desejo; II – A Depressão, e III – A Determinação de Davi.
I – O DESEJO DE DAVI
V.1-2: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”
Davi se encontrava em um dia de verão, e olhou para as corças sedentas, impossibilitadas de chegarem aos poucos lugares onde estavam as raras fontes de água, porque os animais selvagens as impediam de se aproximar. Então, ele escreveu este salmo, dizendo em suas primeiras palavras que o anseio das corças pelas águas era semelhante ao seu anseio por Deus. Ele almejava ardentemente se encontrar com o Senhor, ver a face de Deus.
Davi tinha sede de Deus. Ele dizia: “a minha alma tem sede de Deus”. De que você tem sede? Alguns têm sede de licor; vinho ou cerveja. Outros têm sede de diversões. Outros ainda têm sede de vingança. Davi tinha sede de Deus.
O cristão tem sede de Deus. Ele deseja ansiosamente ter um encontro com Deus. Ele deseja ver a face de Deus. Ele tem a esperança de ver a glória de Deus.
Como podemos saber se temos sede de Deus?
– Você anseia estar na presença de Deus.
– Você tem prazer de orar.
– Você tem alegria em ir à igreja.
– Você tem gosto pelo estudo da Bíblia.
– Você deseja conhecer mais a Deus.
Como é o Deus, de quem Davi tinha sede?
- 2: Sede do “Deus vivo” – em meio a um mundo pagão essencialmente religioso que adorava a muitos deuses impotentes, falsos, imagens de deuses que tinham olhos mas não enxergavam; tinham ouvidos mas não ouviam; tinham bocas mas não falavam; mãos que não apalpavam – deuses como mortos, Davi se dirige a um Deus vivo.
Nietzsche, (Friedrich, 1844-1900), um filósofo existencialista do séc. 19, foi o primeiro a declarar uma doutrina estranha de que “Deus morreu!” E ele teve uma grande influência nos meios filosóficos e teológicos, e muitos aceitaram esta teoria diabólica. Teólogos sem teologia influenciados pela nova tendência, pregavam a morte de Deus. Então, muitos vibraram com a notícia, porque não precisavam mais se preocupar com a responsabilidade do Juízo, e podiam fazer o que bem entendiam em sua vida, sem precisar dar satisfação ao Deus dos cristãos. Entretanto, quem morreu foi Nietsche, numa forma dramática, porque se tornou louco e se suicidou.
Mas a filosofia ainda persiste, mesmo em alguns meios teológicos. E um dia, perguntaram a Billy Graham, em uma entrevista na televisão, nos Estados Unidos: Dr. Billy Graham, o que o senhor acha da ideia de que ‘Deus morreu’?” E ele simplesmente respondeu: “Se Deus morreu? Impossível; eu acabei de falar com Ele agora, há poucos minutos atrás!”
Davi queria estar na presença de Deus: “Quando irei e me verei perante a face de Deus?” Este era o desejo de Davi: estar na própria presença de Deus. Quando muitos se sentiam mal em estar com Deus, ele apreciava a Sua comunhão.
Por que Davi ansiava por Deus tão intensamente?
- 3: “As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está?” Davi sofria tanto que já nem se alimentava; só chorava, derramando lágrimas de angústia.
Há uma relação entre lágrimas e alimento: quando existem lágrimas, quando a alma está atribulada por uma grande angústia, quando alguém chora dia e noite, não come e não dorme. Como resultado, perde as suas energias vitais, o sistema imunológico se debilita e logo adoece. Alguma coisa urgente precisa ser feita para que essa pessoa não caia em uma depressão profunda, e não morra.
Mas o que estava acontecendo com Davi?
Opressão psicológica dos inimigos: Davi estava sendo oprimido por seus inimigos que o desafiavam em sua confiança: “Onde está o teu Deus?” Eles estavam dizendo: “Você está atribulado, você está encrencado, você está encurralado, você está arruinado! Onde está o seu Deus em quem você tanto confiava?”
Mas isso não era ocasional. Eles estavam falando “continuamente”. Agora, uma acusação é suportável, mas quando isso acontece continuamente, a intensidade da tribulação aumenta em muitos graus.
Jesus Cristo passou por isso: No deserto da Tentação, Satanás se aproximou dEle e Lhe disse: “Onde está o Seu Deus? Olha para a sua situação: solitário aqui no deserto, faminto, sem a compreensão do Seu povo. Onde está o Seu Pai? Será que você é mesmo o Filho de Deus? Então prove. Aqui estão essas pedras; por que você não transforma estas pedras em pão!”
Na cruz do Calvário, os Seus inimigos disseram: “Onde está o Teu Deus? Não confiou tanto em Deus? Por que Ele não vem livrá-lo agora? Vamos, desça agora da cruz, e creremos!” E então, se intensificaram as angústias do Salvador, porque O afrontavam aqueles a quem Ele viera salvar.
Davi se lembrava da Casa de Deus: v. 4: “Lembro-me destas coisas — e dentro de mim se me derrama a alma — de como passava eu com a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em festa.” Davi se encontrava no desterro, longe da Casa de Deus, e se sentia saudoso dos tempos em que levava o povo de Israel para adorar a Jeová, e agora se achava anelante pelos Seus tabernáculos. Ele não podia se encontrar lá por causa dos seus adversários, que o impediam de ir a Jerusalém, ao próprio centro religioso onde se encontrava a Casa de Deus.
A vida do cristão é de alegria e louvor. Cada sábado é um grande motivo para alegria e louvor. A vida do cristão é adornada do fruto do Espírito Santo, não só aos sábados, mas em toda a sua existência. A comunhão com Deus é uma festa para a alma, que se encontra liberta do pecado e dos seus inimigos. Mas aquele era um momento de angústia para Davi. Ele não estava em festa.
Os seus inimigos o ridicularizavam, zombavam dele, dizendo: “Onde está o seu Deus em quem tanto você confiava? Veja a sua situação: desterrado, abatido, miserável, fugindo de um rei que é o seu próprio sogro! Onde está o seu Deus para livrá-lo agora?”
Quais eram os sentimentos de Davi?
- 6: “Sinto abatida dentro de mim a minha alma”. Davi se encontrava abatido, deprimido, em uma profunda depressão.
Mas é justamente quando estamos abatidos que devemos nos lembrar de Deus: “Estou abatido, portanto, me lembro de Ti”, disse o salmista: Nas “terras do Jordão”, na “montanha de Mizar” e no “monte Hermon” eu me lembro de Ti. Davi conhecia muito bem esses lugares da Palestina, e por onde andava, ele se lembrava de Deus, quando Deus o ajudara noutros tempos.
Este é o grande segredo para vencer a depressão: Lembre-se de Deus: a lembrança de Deus é o remédio para o desânimo. Lembre-se de como é Deus em Seus maravilhosos atributos, em Seu poder e Sua justiça e Seu amor, que nunca o esquece, embora os outros possam estar se esquecendo de você. Mas este era o sentimento de Davi: Ele sentia abatida a sua alma.
É importante o sentimento? Sim, ou não?
1 – É Importante: os sentimentos são importantes por causa dos resultados, porque podem afetar o corpo todo e causar graves doenças físicas. Há uma estreita relação entre a mente e o corpo. Sentimentos alegres produzem saúde e vigor. Sentimentos tristes podem abater a parte física, trazendo moléstias.
2 – Não é importante, por quê? Sentimentos não são confiáveis: eles são muito instáveis. Mudam a todo o momento. Sentimentos muitas vezes são o produto de pensamentos negativos e incorretos. Muitas vezes são o resultado de preconceito e falta de informação. Os sentimentos não são a base de nossa vida. Sentimentos não são fé. Fé está além dos sentimentos. A fé pode remover montanhas de sentimentos negativos.
Qual era a intensidade dos sentimentos de Davi?
- 7: “Um abismo chama outro abismo”. O que significa isso? Eu não podia entender esse verso, até que eu estudei o significado da palavra “abismo” no original. A palavra hebraica é “tehôm”, e o significado mais próprio é onda, vagalhão de águas, como no mar, as ondas e vagalhões se amontoam sobre as rochas. A tradução poderia ser: “Um vagalhão chama outro vagalhão”. Agora podemos entender melhor: uma onda gigante se sobrepõe a outra onda, um vagalhão de águas se alteia sobre outros vagalhões. “Catadupas” são cataratas, imensas quedas de águas, uma avalanche ameaçadora.
Davi estava se sentindo tão atribulado, a sua angústia era tão intensa, como se as águas o envolvessem, num imenso tsunami sobre ele; como se as ondas altaneiras e volumosas em vagalhões se derramassem contra ele e o ameaçassem tragar, levando-o à morte.
Mas, o que estava fazendo Deus nesta hora de aflição?
- 8: “O SENHOR, durante o dia, me concede a Sua misericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida.” Em meio às ondas revoltas da tribulação, Davi expressa a sua total confiança nas ações de Deus. Ele concede a Sua misericórdia diariamente, oferece motivo para cantarmos e orarmos, para que tenhamos intimidade com Ele de tal modo que O sentimos tão perto de nós, consolando-nos, a ponto de O chamarmos “o Deus de minha vida”. Este será o nosso cântico de alegria. Cantamos orando e oramos cantando.
Esta é uma grande lição para nós: muitas vezes, quando estamos aflitos e angustiados, esquecemos dAquele que está vivo e Se interessa por nós, providenciando todas as coisas para a nossa vida e conforto. Quando estamos em agonia, deprimidos, desanimados não vamos esquecer que Deus está enviando a Sua misericórdia e nos dando motivos para cantar um novo cântico de alegria.
II – A DEPRESSÃO DE DAVI
Mas Davi estava em profunda depressão e grande desãnimo. Ele precisava de uma Rocha, em que se firmar, em meio à avalanche de águas ameaçadoras. V. 9: “Digo a Deus, minha Rocha“. Davi fala a Deus sobre os seus sentimentos. Ele está num grande desabafo, e ele queria ser ouvido por Deus: “Digo a Deus”, o qual ele considerava “minha Rocha, ”tão estável como uma rocha inabalável, porque ele se sentia abalado e inseguro. É importante fazer declarações e desabafos diante de Deus.
Os psicólogos hoje ganham muito dinheiro porque as pessoas os procuram para desabafar o que vai em sua alma. Isso em Psicologia se chama “catarse”: a liberação terapêutica das emoções que causam tensão ou ansiedade. Os psicólogos colocam os pacientes num divã e eles começam a desabafar, falando tudo o que aflige sua alma, a começar pela infância. E nesse desabafo, nessa catarse, eles se sentem aliviados, colocando a sua confiança nesses conselheiros populares, que muitas vezes, se não são cristãos, podem desencaminhar a muitas almas iludidas.
O que Davi dizia a Deus? Ele lhe apresenta dois “por quês”. Você já se defrontou dizendo a Deus: “Senhor, por quê?”? “Por que isso está acontecendo comigo?” Mas ao invés de dizer “por quê?”, deveríamos dizer: “Para quê?”, porque há sempre um propósito saudável em todas as coisas que nos acontecem. Disse o apóstolo Paulo: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rom. 8:28). Ele não disse que todas as coisas são boas; ele disse que todas as coisas cooperam para o nosso bem. Deus tem sempre um propósito para enobrecer, para burilar, para aperfeiçoar o nosso caráter. E isso acontece por meio de muitas tribulações.
1- Por que Te olvidaste?
Olvidar é esquecer, é abandonar. Alguém aqui gosta de ser esquecido? O filme “Esqueceram de Mim” alcançou um sucesso extraordinário, porque ninguém gosta de ser esquecido, mas é uma diversão ver os outros nessa situação. Mas ser esquecido, abandonado de Deus é a maior tragédia que poderia acontecer com alguém. E Davi em sua depressão, julgou que Deus o abandonara.
Jesus Cristo disse a mesma coisa. No monte do Calvário, num momento de inexprimível angústia, o Salvador clamou em desespero: “Deus meu, Deus meu, por que Me abandonaste?” Mas as palavras de Cristo foram corretas: Ele Se sentiu abandonado por Deus e de fato, Ele teve que ser separado de Deus e ser abandonado por Seu Pai, a fim de que nós e toda a humanidade, inclusive Davi, jamais fôssemos abandonados.
Teria Deus Se esquecido de Davi? Será que Deus esquece de algum cristão? Não, Deus não Se esquece de ninguém. O Seu amor é tão abrangente que Ele inclui a todos os homens: Ele não Se esquece dos que guardam os Seus mandamentos e dos que pecam contra Ele. Ele não Se esquece dos que Se lembram dEle e Ele não Se esquece nem mesmo dos que O esquecem. Ele não Se esquece dos que O amam e dos que são indiferentes. Ele não Se esquece dos justos nem dos ímpios. Ele não Se esquece de ninguém. Sua memória é infalível, mesmo que tenha um Universo para cuidar, e conta a todas as estrelas, sem faltar uma sequer (Isa 40:26).
Mas, se Deus não esquece a ninguém, por que muitas vezes os cristãos se sentem abandonados?
- Quando você está doente, aflito e desencorajado,
- Quando morreu alguém de sua família,
- Quando você se decepcionou com um grande amor,
- Quando você não tem dinheiro para pagar as contas,
- Quando você está em depressão, aflito ou desesperado,
- Quando você pensa que cometeu o pecado imperdoável.
Estas circunstâncias podem levar a uma pessoa a pensar erroneamente que Deus a abandonou. Mas isso é apenas um pensamento da insegurança. Não é correto, e deve ser corrigido, imediatamente, porque tudo isso é falta de fé em um Deus amoroso. O salmista estava enganado acerca de Deus sobre si mesmo: Deus não o abandonara, nem o esquecera.
Mas aqui há uma virtude que deve ser imitada. Davi sabe contar a Deus o que vai no íntimo de sua alma, ele sabe falar de seus sentimentos de depressão para o Senhor. “Por que Te esqueceste de mim?” – isto era o que se passava em sua mente, e ele não se intimida em falar a Deus porque o considera como um Pai (Sal 103:13), a quem ele pode falar de tudo o que se passa em sua vida.
2- Por que hei de lamentar? Ele não queria andar lamentando e se humilhando. Mas os seus olhos estavam sobre o real problema: os seus inimigos e ele mesmo: “Por que hei de lamentar sob a opressão dos meus inimigos?” Por que haveria eu de andar cabisbaixo, inclinado e lamentando? Se a vida de um filho de Deus é de alegria e felicidade, por que eu deveria andar lamentando? Esta pergunta está relacionada com aquilo que os seus inimigos estavam fazendo contra Davi.
O que os inimigos estavam fazendo que fosse digno de lamentação? Qual era a opressão dos inimigos?
- 10: “Esmigalham-se-me os ossos, quando os meus adversários me insultam, dizendo e dizendo: O teu Deus, onde está?”
Davi dizia: Os meus ossos se quebram todos, quando ouço os insultos dos adversários, que dizem e repetem: “Onde está o teu Deus?” Novamente, em uma figura muito clara, vemos a relação da mente com o corpo: o salmista estava ouvindo os insultos, as ofensas, e isso era como se os seus ossos estivessem se quebrando e se esmigalhando.
Davi sofria sob a opressão dos adversários. O que eles faziam? Em que consistia esse sofrimento?
– “Dizendo e dizendo”. Ele estava preocupado com o que os outros diziam. Será que isto é importante? Certa vez, Jesus Cristo estava com os seus discípulos indo a Cesaréia de Filipe, e lhes perguntou: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” E eles disseram: “Uns dizem – João Batista; outros falam que o Senhor é Elias; outros pensam que Tu és Jeremias, ou algum dos profetas”. Então Cristo completou a pergunta, dizendo: “Mas vós, quem dizeis que Eu sou?” E conhecemos a história – Pedro, matéria explosiva, homem semprte disposto a falar, falou desta vez com acerto e correção, quando disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!” (Mat. 16:13-16).
É importante o que os outros dizem? Claro que é importante. Até Cristo se importava com o que os outros diziam a Seu respeito.
Por que é importante? Por causa das consequências: isso pode ser perigoso, porque o que os outros dizem nos influencia em nossa estrutura emocional, e nos controla em muitas atitudes. O que os outros estão dizendo mal de você, alguma vez, é como um câncer que pode minar a sua saúde e levá-lo à depressão, e à morte. Era isso que estava sentindo Davi, ao ouvir os insultos e as ofensas, os deboches e as zombarias e os escárnios dos seus adversários. Esta era a principal razão por que Davi estava tão abatido, tão deprimido.
III – A DETERMINAÇÃO DE DAVI
Qual é a Solução para o Desânimo? Qual é a resposta ao problema da depressão espiritual?
- 11: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu.” Davi se consola a si mesmo. De que modo? Ele está determinado a resolver o seu problema de depressão. Ele quer sair de seu desânimo. O que é que ele faz? Davi era o verdadeiro psicólogo de sua própria alma.
1- Davi determina dialogar consigo mesmo. Davi fala de si para si, num diálogo franco e sincero, dizendo: “Por quê?” Ele fala consigo mesmo, fazendo duas perguntas. De fato, é muito importante, no processo da cura fazer perguntas porque as perguntas ajudam a desviar as preocupações emocionais e a pensar racionalmente.
Davi levanta outros dois “por quês”: “Por que estás abatida, ó minha alma?” e “Por que te perturbas dentro de mim?” Este exercício o ajuda a ver as coisas como elas realmente são. De fato, não há razão palpável, não há motivo concreto para se alarmar. Não há razão lógica para a depressão.
Em momentos de aflição, cada cristão deveria dizer a si mesmo: Por que estás abatida, ó minha alma? Não há razão para estar desanimado, porque Jesus Cristo já morreu na Cruz do Calvário!
2- Davi determina esperar em Deus. Davi ordena à sua alma: “Espera em Deus.” Observe estas palavras poderosas:
– “Espera em Deus“. Nossa esperança está em Deus. Se os inimigos nos ameaçam, nos insultam, falam mal de nós, não há razão para ficarmos preocupados, porque Deus, que sabe de todas as coisas, está no controle e fará o Seu melhor, para resolver esse estado de coisas.
– “pois ainda O louvarei“. O salmista tinha a esperança de que dias melhores viriam, ele ainda haveria de louvar a Deus. Davi nunca perdeu a esperança em Deus e ansiava pelo dia em que haveria de louvar novamente a Deus, que era a concretização de sua gloriosa expectativa. Davi sabia que o silêncio de Deus no presente significava a antecipação de uma grande e arrebatadora surpresa no futuro.
Mas quem era Deus para Davi?
– “Meu Auxílio, e Deus meu“. Davi não dependia do auxílio humano para ajudá-lo naquela circunstância, porque a sua ajuda estava em Deus. Assim devemos nós ter a nossa confiança na ajuda divina em tudo o que nos acontece. Devemos lembrar de Deus que é Todo-poderoso e está ao nosso lado para nos defender dos nossos adversários e nos salvar de nossos inimigos. Quando cercado de adversários, assim clamou Jesus, em Sua incomparável angústia: “Deus Meu, Deus Meu…” Isso mostrava um estreito relacionamento entre Cristo e Seu Pai, o qual sempre fora o Seu Auxílio infalível, diante dos Seus inimigos.
E quem são os nossos inimigos? A palavra diabo significa adversário, alguém que é contrário a nós. Satanás e todos os seus anjos são os nossos maiores inimigos. E muitas vezes eles nos oprimem, dizendo a nossa alma: “Onde está o seu Deus? Você está aí, caído, abatido, arrasado! Onde está o Deus em quem você disse que confia?”
Certa vez, um cristão foi desafiado por seus inimigos que lhe disseram: “Olha para você: Fala tanto de Deus e veja quantas coisas ruins estão aconteccendo na sua vida! Quanto sofrimento! Quanta tribulação!” Ele pensou um pouco, e respondeu: “Se Deus não me responde imediatamente, é porque Ele deve estar ocupado preparando a minha vitória!”
CONCLUSÃO
O que faremos, se estamos em aflição de alma, se estamos em depressão, se nos cercam muitos inimigos? O que faremos se o futuro nos parece tão lúgubre e sombrio, sem uma perspectiva de salvação? Vamos imitar o salmista:
1- Vamos fazer um diálogo com a nossa própria alma e vamos fazer perguntas. Quando fazemos perguntas, somos levados a sair do emocional e passamos para o racional; começamos a raciocinar com mais inteligência, com mais sabedoria, e nos preparamos psicologicamente.
2- Vamos ordenar a nós mesmos que esperemos e confiemos em Deus, que é a nossa única segurança. Vamos dizer à nossa alma: Espere no Todo-poderoso.
3- Vamos buscar o auxílio divino. Como era Deus para Davi? Ele O chamava de “Deus vivo, minha Rocha, Deus da minha vida”. Ele dizia: “Tenho sede do Deus vivo. Em meio desta avalanche de águas ameaçadoras de inimigos, Ele é a minha Rocha da minha segurança. Não morrerei porque Ele é o Deus da minha vida!”
4- Vamos dizer sinceramente a Deus: “Tu és o ‘meu Deus’.” Quando dizemos estas palavras, o nosso relacionamento será estreito e íntimo com Ele, e revelamos uma esperança que ninguém pode abalar.
Hoje ainda muitos se aproximam de nós e perguntam: “Onde está o seu Deus?” Certa vez um incrédulo perguntou a um jovem cristão: “– Jovem, você acredita em Deus?” Ele disse: “Eu acredito, sim.” “Mas onde está o seu Deus? Me mostre o seu Deus.” O jovem foi pego de surpresa, mas pensou um pouco e disse logo: “– Muito bem, vem aqui comigo.” Eles se encontravam em um grande transatlântico. Era meio-dia, e o sol estava no seu brilho mais fulgurante. O jovem disse para aquele ateu: “Olhe para o sol com os seus olhos fixos.” Ele disse: “Eu não posso, ele ofusca a minha vista.” Então o jovem concluiu: “Você quer que eu lhe mostre o meu Deus, quando você não pode nem contemplar um representante dEle?”
O homem de fé sabe se consolar. O homem de fé sabe encontrar respostas inteligentes para as circunstâncias mais desanimadoras que ameaçam abalar o fundamento da sua vida. O homem de fé fala consigo mesmo e fala com Deus contado-Lhe sobre os seus sentimentos.
Hoje aprendemos a mensagem do Salmo 42: O Desejo de Davi: era anseio por Deus, sede de Deus. O Desespero de Davi: ele pensava que Deus o havia abandonado. A Determinação de Davi: ele se propôs a esperar em um Deus vivo. Vimos a Sede, o Sofrimento e a Solução nesta circunstância tão dramática de Davi.
Você gostaria de ver a Deus? Você tem sede de Deus? Vamos buscar mais desse Deus maravilhoso. Vamos mitigar a nossa sede através de Jesus Cristo que é a Fonte de água viva. Ele disse: “Aquele que tem sede, venha a Mim e beba!” (João 7: 37).
Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia